A quanto tempo não se vê um cabaço?
Tudo bem que quanto mais se usa uma buceta melhor ela fica!
Só uma bucetinha experiente sabe aqueles segredinhos e truques que enlouquecem um homem, mas o cabaçinho exerce um fascínio sem igual. Não há nada como enfiar a mão numa calcinha, correr os dedos pentelhos abaixo até encontrar a grutinha e nela achar a membrana mágica, que esconde os segredos daquele lugar intacto.
Um cabaço não deve ser tirado de pronto, deve ser apalpado ternamente, cheirado e saboreado como uma iguaria rara, elogiado com todas as palavras safadas que puder encontrar e só deve ser rompido quando estiver meladinho com uma estocada firme e segura.
O cabacinho deveria ser como as flores, nascer de tempos em tempos...
"Vadinho ria, a mão a conter o seio túrgido, o lábio a buscar a boca de dona Flor, como saber se era verdade ou bem mentira?
Hálito de brasas... Fosse como fosse, porém, devia passar sem ele, se quisesse permanecer honesta, mulher direita. Era a única solução...
Ela fora no acalanto e quando abriu os olhos já ele lhe comera o cabaço e honra de donzela junto ao mar de Itapoã."
Dona Flôr e Seus Dois Maridos, Jorge Amado