Tenho amigas que já traíram seus maridos, tiveram casos com colegas de trabalho e tal, mas não era o que eu queria. Queria alguém desconhecido, para quem eu não tivesse que olhar no dia seguinte. Alguém que nunca fosse ver meu marido e pensar: "Que corno!". Minha preocupação em preservá-lo era quase tão grande quanto meu desejo de experimentar uma relação com um estranho e acabei comentando isso com uma amiga. Foi aí que ela sugeriu a melhor forma de realizar essa fantasia, sem riscos:
- Contrate um profissional do sexo.
Ao mesmo tempo que isso me excitava, me dava pavor de pensar que alguém pudesse descobrir. E como eu chegaria no rapaz? Onde seria o encontro? O que eu faria com as crianças?
Tinha mil perguntas e não sabia como resolvê-las. Mas, essa mesma amiga tinha organizado uma despedida de solteira e pegou o contato de um dos rapazes que participaram da "festinha".
Liguei para o Allan e fiz uma "entrevista" com ele. Perguntei como era o encontro, quanto cobrava, onde deveria rolar etc. Gostei da voz dele ao telefone, mas tinha tanto medo que acabei demorando três meses para realizar meu desejo.
O encontro rolou numa quinta-feira em que o Marcos estava viajando. Levei as crianças para dormirem na casa da minha sogra e me mandei para um motel com decoração japonesa. Cheguei quinze minutos antes do combinado, deixei a porta do quarto entreaberta e o dinheiro sobre o criado-mudo. Allan, um moreno de olhos verdes, cujo rosto eu tinha visto numa foto tosca que ele me enviou pela internet. Ele entrou devagarzinho, em silêncio, me tocando aos poucos. A chegada só não foi mais discreta porque o perfume que ele usava era forte demais. Mas seu toque era suave, gostoso e, ao contrário do que imaginei, o fato de não ter havido beijo (exigência dele) não atrapalhou a transa. Os toques foram, aos poucos, virando masturbação mútua e, depois, quando eu e ele já estávamos suficientemente excitados, a penetração aconteceu naturalmente (com camisinha, claro) e em silêncio absoluto, já que a ideia do diálogo me dava pavor. Eu gozei, ele acho que não, mas não foi a melhor transa da minha vida. Valeu mesmo pelo ineditismo da situação. Quando terminamos, ele se levantou, colocou a roupa, pegou o dinheiro no criado-mudo e saiu. Nem tão discreto quanto na chegada, mas igualmente educado.
Foi uma boa experiencia, mas não repetiria.

