4.8.08

PROSTITUIÇÃO NA CHINA

Na China do século VII, auge do confucionismo moralista, foram abertos os primeiros bordéis públicos. A maioria das prostitutas eram jovens oriundas de famílias pobres, vendidas pelos pais ao dono do bordel, ou concubinas repudiadas por homens respeitáveis. Costumava haver um relacionamento contratual entre proprietários de bordel e as prostitutas: elas eram registradas e ambas as partes eram sindicalizadas. Ao entrar no bordel, a prostituta recebia treinamento específico nas artes do sexo, ao qual se dedicava de boa vontade, pois ambicionava ser comprada por um cliente distinto, que a tomasse como esposa ou concubina.
Na década de 1950 o Partido Comunista quase eliminou o comércio sexual obrigando em parte alguns espiões de bairros a observarem a chegada e a saída de visitantes masculinos em cada família e declarando o lenocínio como um delito grave, punido com a pena de morte.
Mas a prática foi ressuscitada na década de 80, quando a China introduziu reformas de mercado ao estilo capitalista. Mulheres desesperadas que perderam seus empregos e benefícios estatais começaram a vender-se aos novos ricos, ávidos de aventuras. Hoje há mais de 10 milhões de prostitutas em todo o país. Muitas delas vêm das zonas rurais para a cidade grande despreparadas para o elevado custo de vida ou para a cultura materialista. Algumas não recebem nenhuma ajuda financeira dos pais e não podem dar-se ao luxo de pagar os estudos exercendo um emprego legítimo. Outras invejam suas colegas de classe que conseguem pagar suas mensalidades escolares e, além disso, freqüentam restaurantes finos, vestem roupas elegantes da moda e, nos fins de semana, viajam em aviões a jato para fazer excursões. Para muitas dessas mulheres, a prostituição representa uma fuga da vida sombria e limitada, vivida por seus pais - empregados de fábricas, agricultores pobres ou trabalhadores desempregados. "Existe uma elevada demanda de garotas de programa bem educadas", diz Li Yinhe, conhecida pesquisadora do sexo da Academia Chinesa de Ciências Sociais.

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